Argentina: Corte Suprema confirma condenação de 6 anos de prisão da ex-presidente Cristina Kirchner
Ex-presidente deverá cumprir prisão domiciliar na Argentina
Numa sentença histórica, a Corte Suprema de Justiça da Argentina confirmou a condenação de seis anos de prisão da ex-presidente e ex-vice presidente do país, Cristina Kirchner, num caso de corrupção.
A sentença da Corte Suprema implica que a condenação a a ficar "firme" e, portanto, não pode mais ser apelada. Cristina deverá cumprir os seis anos de prisão que, em seu caso, por ter mais de 70 anos, poderá ser domiciliar. Atualmente, a ex-presidente tem 72 anos.
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A decisão do máximo tribunal argentino era esperada, e na tarde desta terça-feira centenas de militantes peronistas e kirchneristas estão protestando em frente à sede do Partido Justicialista, em Buenos Aires, para denunciar uma suposta perseguição política da ex-presidente, que não poderá concorrer nas eleições legislativas de outubro, como pretendia.
A sentença também determina a inabilitação perpétua de Cristina para disputar cargos públicos.
Em um post na rede social X, o presidente argentino, Javier Milei, que está em Israel, comemorou a decisão da Corte Suprema: “Justiça. Fim. A República funciona e todos os jornalistas corruptos, cúmplices dos políticos mentirosos, ficaram expostos em suas operações sobre um suposto pacto de impunidade”.
Nos últimos meses, houve diversas especulações sobre um suposto acordo entre Milei e Cristina para evitar a confirmação da condenação da ex-presidente. A razão deste suposto acordo, que Milei e Cristina negaram, seria que a ex-presidente fosse a principal rival do governo nas eleições legislativas deste ano.
Adversários de Milei afirmaram que ter Cristina como rival era o melhor cenário para o presidente. A sentença desta terça-feira derrubaria as especulações, embora analistas locais continuem afirmando que as negociações existiram e que a Corte Suprema resistiu a pressões da Casa Rosada.
Em sua resolução, o máximo tribunal negou todos os pedidos apresentados pela defesa da ex-presidente, e determinou que “a sentença fica firme, é rejeitado o recurso por falta de fundamentação”. A decisão da Corte Suprema foi unânime.
Cristina foi condenada a seis anos de prisão pelo delito de istração fraudulenta, causando graves prejuízos ao Estado em 51 concessões de obras públicas na província de Santa Cruz, terra natal de seu marido e antecessor, Néstor Kirchner (2003-2007), falecido em 2010.
O que a Corte Suprema fez foi confirmar uma sentença de tribunais inferiores. A partir de agora, a ex-presidente não pode mais recorrer da decisão, dentro do país. O que Cristina pretende fazer, segundo fontes próximas da ex-presidente, é buscar o apoio de cortes internacionais.