Recife participa, pela primeira vez, do principal relatório de ecossistemas de startups do mundo
Capital pernambucana também será uma das primeiras cidades brasileiras a receber diagnóstico aprofundado com metodologia da Startup Genome
Reconhecida por sua vocação tecnológica, Recife acaba de conquistar visibilidade inédita no cenário global ao integrar, pela primeira vez, o Global Startup Ecosystem Report (GSER) 2025 — relatório anual produzido pela Startup Genome, referência mundial na análise de ecossistemas de startups. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (12), durante o Viva Technology, um dos maiores eventos de inovação do mundo, realizado em Paris.
A entrada da capital pernambucana na publicação marca também o início de uma nova etapa: Recife será uma das primeiras cidades brasileiras a receber um diagnóstico aprofundado, com base em uma metodologia internacional já aplicada em mais de 65 países. A iniciativa é fruto de uma colaboração estratégica entre o Sebrae e a Startup Genome, que visa fortalecer o ecossistema de inovação nacional.
O relatório divulgado nesta quinta-feira (12) é utilizado por investidores, formuladores de políticas públicas, grandes empresas e hubs de inovação para identificar os melhores lugares do planeta para empreender e investir. “A presença de Recife neste relatório representa um reconhecimento global de que Pernambuco tem vocação, capacidade e maturidade para estar entre os grandes centros de inovação do mundo”, ressalta Evelyne Labanca, gerente de Negócios Inovadores do Sebrae/PE.
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Porto Digital
A inclusão de Recife no GSER 2025 também marca o início de uma nova fase para o Brasil no cenário global da inovação. Isso porque o Sebrae Startups firmou um acordo com o Startup Genome para aplicar no país uma metodologia de análise comparativa já adotada em mais de 65 países. Como parte da fase inicial, três ecossistemas brasileiros foram selecionados para avaliação: Recife, Florianópolis e São Paulo.
“Os primeiros resultados dessa parceria já constam no GSER 2025 e, agora, vamos utilizar a metodologia para coletar dados e produzir ainda mais conhecimento sobre esses territórios. Com esses dados em mãos, poderemos desenvolver estratégias ainda mais assertivas para fomentar o desenvolvimento desses ecossistemas”, reforça Evelyne Labanca. A metodologia do Startup Genome será incorporada à estrutura já existente no Sebrae Startups para análise de ecossistemas e poderá, futuramente, ser aplicada em todo o país.
O reconhecimento internacional tem como principal alicerce o Porto Digital, parque tecnológico fundado em 2000, no Bairro do Recife. O ecossistema, que começou com apenas duas empresas, abriga atualmente 475 organizações, entre startups e grandes corporações como Deloitte e Banco do Brasil, e emprega mais de 20 mil pessoas diretamente. Além da infraestrutura, os diferenciais incluem a governança público-privada, a formação de talentos — Recife tem a maior proporção de estudantes em universidades e cursos de TI do Brasil — e a integração com a cultura local. Eventos como o REC’n’Play, capitaneado pelo Porto Digital, Sebrae e Ampla Comunicação, e a revitalização de mais de 150 mil m² de imóveis históricos estão transformando o bairro em um território cada vez mais criativo e tecnológico.
A energia do ecossistema recifense também já está ultraando fronteiras. Em 2024, foi inaugurado o Porto Digital Europa, em Portugal, para facilitar a internacionalização de startups brasileiras. No interior do estado, a cidade de Petrolina desponta como polo de Agtech, reunindo startups especializadas em soluções inovadoras para o agronegócio local, fortemente relacionado à fruticultura irrigada.