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Pets também doam sangue e salvam vidas

Junho Vermelho é a campanha em alusão à importância da doação de sangue entre animais

A transfusão de sangue é um recurso que pode salvar vidas de humanos e, também, de pets. A prática de doação de sangue de cães e gatos não é tão popular quanto a realizada em humanos. Por conta da baixa adesão, este é o mês da campanha "Junho Vermelho".

"A doação de sangue é essencial para salvar a vida de muitos pets que am por cirurgias, traumas ou doenças graves", explica a médica-veterinária da Special Dog Company, Kelly Carreiro.

A prática exige alguns pré-requisitos, como o animal não ter recebido transfusão recente, ter idade entre um e sete anos, vacinação e vermifugação em dia, além de ausência de histórico de convulsões e problemas cardíacos. 

Para cães é necessário ainda que pesem a partir de 25 quilos; e para gatos, 4,5 quilos. O comportamento do animal também deve ser levado em consideração, pois o doador deve ser dócil, permitindo sua manipulação.

Coleta do sangue

Antes do procedimento, o doador precisa estar em jejum de 12 horas e ter aproveitado um sono de qualidade. Mesmo com toda essa preparação, quem vai atestar a aptidão para a doação, assim como indicar quais casos estão íveis de transfusão é o médico-veterinário.

O recolhimento pode ser de até 450ml para cães e até 60ml para gatos, mas a quantidade de sangue doado depende do peso do doador. Vale ressaltar ainda que o procedimento só pode ser repetido com um intervalo mínimo de três meses.

Tanto cães quanto gatos podem ser doadores, mas os gatinhos geralmente são mais sensíveis e podem demonstrar reações adversas. Em alguns casos é preciso sedar o felino.

A médica-veterinária Rebeca Menelau esclarece, nas redes sociais da Associação Brasileira dos Tutores de Animais Pet, sobre a realização do procedimento.

"A transfusão é um procedimento vital que deve seguir critérios técnicos bem rigorosos. A tipagem sanguínea e a prova de compatibilidade são indispensáveis. A seleção de doadores saudáveis e uso de bolsas certificadas garantem segurança e eficácia do procedimento."

A coleta é rápida (cerca de 15 a 30 minutos) e indolor, realizada por profissionais. Em cães, o sangue é retirado da jugular ou da pata dianteira; em gatos, geralmente da veia jugular. Um único doador pode ajudar até quatro animais, já que o sangue pode ser separado em componentes como plasma, hemácias e plaquetas.

Casos necessários

Um animal pode precisar de doação de sangue em situações críticas, como acidentes graves (atropelamentos, quedas ou traumas), cirurgias de grande porte (especialmente as que envolvem perda significativa de sangue), anemias severas causadas por doenças como erliquiose (doença do carrapato) ou leishmaniose, intoxicações por venenos (como raticidas), complicações em partos ou até mesmo em tratamentos de câncer.

O procedimento é realizado em casos de cirurgias, traumas ou doenças graves - PexelsO procedimento é realizado em casos de cirurgias, traumas ou doenças graves - Pexels

Recém-nascidos também podem precisar de sangue em casos de isoeritrólise neonatal, uma condição em que o sistema imunológico da mãe ataca as células sanguíneas dos filhotes. Sem um banco de sangue veterinário bem abastecido, muitos animais correm risco de morte.

Para o doador, os riscos são mínimos, mas é importante que, após o procedimento, o animal fique em observação e não faça atividades físicas pelo período determinado pelo especialista.

Já para o receptor, mesmo com os diversos testes e análises, algumas reações podem ser apresentadas. Entre as mais comuns, o pet pode apresentar estado febril, taquicardia, dispneia, aumento da frequência cardíaca e respiratória, salivação e convulsões.

Serviço

No Recife, doações de sangue de cães e gatos podem ser realizadas no Fauna Hemocentro Veterinário. O centro fica localizado na rua Arquiteto Luiz Nunes, 440, Imbiribeira, Recife. O número de telefone para contato é (81) 3428-1875.

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