Carros voadores empolgam brasileiros, mas segurança e preço ainda são decisivos, aponta pesquisa
eVTOLs decolam no interesse popular enquanto empresas aceleram testes e certificações
Os carros voadores ainda não levantaram voo comercialmente, mas já ocupam espaço no imaginário e nos planos de mobilidade de muitos brasileiros.
Um levantamento inédito realizado pela plataforma MundoGEO, em parceria com o Instituto QualiBest, revela que 6 em cada 10 brasileiros consideram utilizar os eVTOLs (Veículos Elétricos de Decolagem e Aterrissagem Vertical) para deslocamentos urbanos ou viagens curtas.
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A pesquisa ouviu 830 pessoas que já viajaram de avião e trouxe dados que ajudam a entender como esse novo modal está sendo recebido pela população.
Mas, para que essa ideia futurista ganhe os céus do Brasil, dois fatores são decisivos: segurança (42%) e preço ível (39%). Oos brasileiros querem, no entanto, garantias concretas.
Segundo 53% dos entrevistados, a certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) é fundamental para confiar nos eVTOLs.
Outros pontos como a fiscalização da aeronavegabilidade (37%), treinamento dos pilotos (35%) e sistemas à prova de falhas (34%) também aparecem como exigências claras da população.
Deslocamentos curtos, expectativas altas
A pesquisa revela que os brasileiros enxergam nos carros voadores uma solução principalmente para viagens entre cidades próximas, com distâncias de até 100 km, uso apontado por 67% dos entrevistados.
Já 45% consideram que os eVTOLs seriam ideais para realizar conexões aéreas em outras cidades, enquanto 40% acreditam que o novo modal pode ser útil também para a mobilidade urbana dentro da própria cidade.
A maior parte do público interessado pertence às classes A e B (62%), com predominância de homens (54%).
Mesmo assim, a percepção geral é positiva: 61% acreditam que os eVTOLs devem melhorar a mobilidade urbana e 60% acham que o espaço aéreo já está pronto para recebê-los.
Brasil acelera no desenvolvimento
Enquanto o interesse cresce, a indústria acelera. Um dos destaques é a Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, que acaba de receber até R$ 90 milhões em subvenção econômica da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
Os recursos serão aplicados no desenvolvimento do veículo, em estudos com combustível sustentável de aviação (SAF), materiais avançados e novos sistemas de gerenciamento de tráfego aéreo.
Com um investimento total previsto de R$ 191 milhões, a Eve busca colocar seu modelo nos céus a partir de 2026.
No ano ado, a empresa apresentou um protótipo em escala real, com quatro lugares, construído em Gavião Peixoto (SP). Esta semana, revelou a cabine do veículo na Expo eVTOL, evento realizado em São Paulo.
Concorrência internacional
Enquanto a Eve avança, a concorrência também se movimenta. A EHang, empresa chinesa do setor, realizou no Brasil o primeiro voo remoto (sem piloto) de um carro voador com autorização experimental da Anac.
O teste foi não tripulado, mas representa mais um o na corrida tecnológica.
Por outro lado, nem tudo são bons ventos. A Lilium, startup alemã que prometia um carro voador de seis lugares, entrou com pedido de falência em fevereiro deste ano, após fracassar na captação de recursos. A empresa sequer conseguiu realizar seu primeiro voo tripulado.
"Dada a situação, isso é profundamente lamentável para todos os funcionários", disse a empresa em comunicado.
Céu aberto para o futuro?
Para Emerson Granemann, CEO da MundoGEO, a mensagem é clara: "Os desejos dos consumidores e os esforços das empresas estão alinhados. O foco está na segurança."
Com investimento robusto, regulamentação em pauta e o interesse do público crescendo, o cenário está sendo preparado para que os carros voadores deixem de ser ficção científica e em a fazer parte do trânsito pelo alto.